da Ansa, em Roma
O senador italiano Maurizio Gasparri, do partido PDL (Povo da Liberdade), declarou nesta quarta-feira que as autoridades brasileiras estão "divididas sobre a extradição de [Cesare] Battisti", solicitada pela Itália, onde é condenado por quatro homicídios.
"Ninguém quer colocar em discussão a soberania nacional do Brasil, mas a extradição de Battisti está se tornando um 'caso' interno, de divergência entre as autoridades brasileiras", afirmou o senador.
Líder da bancada da PDL no Senado, Gasparri disse que seu partido "já apresentou uma moção na convicção de que esta questão não possa ser deixada de lado.
"Também o Parlamento italiano deve agir para fazer as autoridades brasileiras entenderem que a impunidade para um criminoso assassino é intolerável", disse ele em referência ao pedido feito ontem ao Senado italiano, para que se pronuncie contra a decisão brasileira de conceder refúgio a Battisti.
Segundo Gasparri, "Battisti deve retornar à Itália onde finalmente poderá descontar sua pena como solicitaram de maneira competente as nossas mais altas autoridades de Estado". "Se o Brasil continuar irredutível na decisão de considerar Battisti um refugiado político, irá ofender todo o nosso povo e esse gesto de arrogância não poderá deixar de causar uma ruptura nas relações."
Battisti foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana em 1993 acusado de quatro assassinatos que teriam sido cometidos na década de 1970, enquanto militava no PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), grupo ligado às Brigadas Vermelhas. O italiano alega ser inocente.
COMENTO:
Em 13 de janeiro, o ministro da Justiça Tarso Genro concedeu ao terrorista Cesare Battisti o status de refugiado político.
Comemorada pelas esquerdas como se diz, a decisão foi contra o julgamento da justiça italiana, que havia condenado Battisti a prisão perpétua na Itália por vários crimes quando ele fez parte do movimento extremista de esquerda PAC, Proletários Armados pelo Comunismo, na década de 70 em seu país. (Qulaquer semelhança com o "nosso" PAC é pura especulação)
Tendo participado de vários assaltos e 4 assassinatos na Itália, Battisti primeiro fugiu para a França, onde viveu por 10 anos, protegido por leis do governo Mitterrand que protegia antigos terroristas desde que se comprometessem a abandonar a luta armada.
Com a revogação do benefício pelo sucessor Jacques Chirac, Battisti fugiu para o Brasil onde chegou de forma clandestina em 2005 e terminou preso em 2007.
Agora com a decisão de Tarso Genro, Battisti está a um passo de passear sossegado pelas ruas de Brasília e dar uma bela cusparada no portão da embaixada italiana. Tudo garantido pela polícia, que é agora obrigada a proteger o dito "cidadão".
Em pronunciamento totalmente contraditório, o presidente Lula defendeu o que foi decidido e disse que a Itália deve respeitar a decisão de um governo soberano e não ficar reclamando.
Para ser mais coerente pensando assim, Lula devia ter proibido o chanceler brasileiro Celso Amorim de ir até o Oriente Médio em conversações sobre a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. Decisão soberana não é para ser respeitada? Se for pensar assim, a decisão soberana de Israel deve ser respeitada, mesmo que uma bomba israelense de 500 kg. entre porta adentro do gabinete presidencial. Também a decisão do Equador de não pagar o que deve para o Brasil sendo soberana devia ser acatada em silêncio.
Mas o modo de ver as coisas de companheiro é diferente.
O que fica patente de tudo isso é a forma um tanto tendenciosa, para ser generoso, em como os esquerdistas remanescentes da época do Muro de Berlin veem as coisas. Os assassinatos que Battisti cometeu na Itália eram apenas uma faceta da luta pela "libertação do proletariado", o mesmo proletariado italiano que nunca ajudou as facções que por lá se envolveram na luta armada e que pretendiam dar ao proletário italiano o mesmo tipo de liberdade que existia na antiga União Soviética, coisa que até mesmo os russos decidiram dispensar em 1991.
Uma das coisas que é tão falada pelos esquerdistas, a saber, a abertura dos arquivos da repressão, julgamentos e tudo mais, aqui neste caso é varrida para debaixo do tapete, uma vez que a simples acusação de que o governo italiano viciou os julgamentos é propalada aos quatro cantos. Nas acusações contra Battisti pesaram os depoimentos de companheiros seus, que presos, decidiram aproveitar a chance da delação premiada oferecida pela justiça italiana. Ou seja, o antigo comunista, agora chamado de arrependido, entregava todos os nomes e contava tudo o que sabia e pronto, pegava uma pena leve. Coisa muitíssimo igual, se não tiver sido copiada do regime militar brasileiro, que contava entre seus informantes, o mesmo tipo de arrependidos, que por aqui eram chamados de "cachorrinhos". Eram os do tipo que depois de presos, segundo os antigos membros das forças de repressão levavam um tapa para falar e três para calarem a boca, de tão solícitos se mostravam entregando companheiros para salvar a própria pele. Alguns até aceitaram participar de encontros com colegas de luta armada, indo e voltando para passar todas as informações para seus captores de forma bem obediente. Hoje vivem anistiados e montados em gordas indenizações.
O problema de Battisti é que o governo italiano não anistia ninguém e não permite a prescrição dos crimes que ele cometeu e assim com a ajuda de seus amigos esquerdistas, muito mais provavelmente temerosos do estrago que ele possa causar se vier a ser preso e decidir também ser um "arrependido" e abrir a boca para falar o que sabe se sair ganhando com isso, montaram ampla campanha para que ele fosse considerado refugiado, já que os ministérios da Justiça na Itália e na França são coisa séria. Sabendo que podiam contar com a ajuda de Tarso Genro, puseram mãos à obra.
Fica assim mais do que evidente porque praticamente todos os brasileiros já viram cenas de filmes americanos onde os bandidos, depois de um bem sucedido assalto, se reúnem, dividem o dinheiro e todos conferem pela última vez o destino das passagens que já compraram. O destino, sempre o Rio de Janeiro, e agora....Brasília.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
isso é ridiculo: vc abrigar um terrorista, ofende diretamente a moral e a lei de outro país ...
torço para que a Itália não faça papel de idiota e tome medidas drásticas junto a embaixada brasileira.
Temos que imagina o seguinte:
E SE FOSSE O CONTRÁRIO ?
E SE FOSSE A ITÁLIA DANDO COBERTURA AO FERNANDINHO BEIRA MAR ?
abraços e boa tarde.
Postar um comentário