Do Blog Política & Conversa
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E 2008 se foi com fogos e festas. As expectativas nessa época sempre são otimistas, mas curiosamente não é o que se vê. A crise internacional, que para nós era uma marolinha, vai aumentando de tamanho e gravidade, e 2009 promete ser um ano de demissões, redução de investimentos e escassez de crédito. O curioso é que em Brasília parece que ninguém acompanha o noticiário. No Congresso e no próprio governo, a palavra de ordem é gastar. O Fundo Soberano, objeto de medida provisória recente, é um caso típico de irresponsabilidade.
Todos os casos de fundos da mesma natureza são alimentados por superávits, seja decorrentes de petróleo, como de produção industrial ou comércio exterior. O nosso é o único que é alimentado por endividamento público. Sem dúvida, o que o governo faz na prática é gastar por conta do petróleo que está abaixo da camada de sal, em altas profundidades e que se tornou inviável economicamente diante da queda brutal do preço internacional do barril. Já que o pré-sal vai demorar, cria-se um fundo lastreado por títulos públicos que poderão ser pagos quando o petróleo jorrar, ou seja, vamos gastar por conta.
É o país imitando seus cidadãos, que mergulham no cheque especial e nunca mais conseguem sair. Não é surpreendente, embora seja absurdo, pois no meio de uma crise dessa, com total recuo dos investimentos internacionais e da escassez de liquidez, o Estado brasileiro continua perdulário. Não se vê um movimento em direção a economia por parte do governo, muito menos do Congresso.
Nada de novo em um país cujo governo acha que suas manifestações sobre a crise palestina são relevantes. Afinal, o que esperar de um governo em que o presidente da República critica nos bancos privados aquilo que seus dois bancos públicos fazem até pior? O governo alardeou a liberação de crédito por parte da Caixa Econômica Federal, para socorrer empresas em dificuldade. Realmente o crédito existe, mas desde que você tenha garantias reais equivalentes ao dobro do valor emprestado, ou tenha dois avalistas com patrimônio e renda equivalentes aos seus. Nem bancos particulares trabalham assim, mas serve ao menos para propaganda.
Isso sem contar com as taxas praticadas pelas duas instituições federais, que ao invés de puxarem a concorrência para baixo, se igualam ao que há de pior no mercado. Mas não importa se 2009 será um ano duro. O que é realmente importante é que é novo. E sempre temos a oportunidade de tentar mudar alguma coisa, mesmo que seja o limite de nossa paciência.
Roberto Mohamed
Fernando, vc tem razão, só vamos aumentar o limite da nossa paciência, a gastança em Brasília não para, tudo que foi feito para acabar com o marjás esta sendo eliminado nesse governo, nossos impostos são usados para sustentar parasitas. O governo brasileiro é muito caro, não vale a pena pagar tanto para receber tão pouco, é melhor governo nenhum.
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