Tenho visto e ouvido muita gente que é contra o voto nulo argumentar com duas situações.
A primeira é que as Ratazanas Vermelhas tem eleitores cativos e quanto mais gente da oposição anular o voto melhor, pois assim eles garantem suas vagas com bem menos votos.
Tá certo que tem lá sua lógica. Se quem não vota no PT, deixar de votar é melhor para o partido, pois, certamente irão manter o curral eleitoral e a garantia de eleger a cambada.
A outra hipótese que muita gente sempre usa como argumento é um tal de conhecer o candidato e votar em gente honesta (?).
Até onde sei, a imensa maioria deles se diz honesta até a hora que chega ao poder. Tai o PT que não me deixa mentir.
Bem, essa conversa de que tem que conhecer o candidato e votar nos honestos é no mínimo estranha, pois, quem realmente conhece o candidato desde que ele não seja da família?
Essa conversa de conhecer ou votar no mais "honesto" é um tanto fantasiosa, uma vez que os honestos de verdade e que prezam por suas próprias biografias não se atiram na vida política por saberem que sua honestidade estará a prova à cada segundo da vida parlamentar.
O que pega não é votar no mais honesto, o que pega é o sistema.
Se você e um grupo de eleitores votarem em "Gzus Cristo", pode ser que ele mesmo sendo de uma honradez a toda prova e de uma honestidade quase santificada, nada garante que ele irá ser eleito. Existe uma maracutaia de "Quociente eleitoral" que nada mais é que uma trampolinagem safada instalada no sistema eleitoral do país para perpetuar os caciques dos partidos no poder.
É mais ou menos assim:
O quociente partidário define o número inicial de vagas que caberá a
cada partido ou coligação que tenha alcançado o quociente eleitoral.
Determina-se para cada partido ou coligação o quociente partidário,
dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados
sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração.
E ainda estarão eleitos tantos candidatos registrados por um partido ou
coligação quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da
votação nominal que cada um tenha recebido.
A fórmula para esse cálculo é a seguinte:Quociente partidário (QP) =Número de votos válidos do partido ou Quociente eleitoral.
Após a aplicação das fórmulas do quociente eleitoral e quociente
partidário, se ainda restarem lugares a preencher (sobras), faz-se um
último cálculo:
Número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação + 1
Número de vagas obtido pelo partido ou coligação.
Devido a essa manobra do Quociente eleitoral é que vemos uma imensidão de Brasucas em busca de um voto, esse povo sem noção e sem condição de ocupar um cargo eletivo, geralmente caem no conto do vigário dos caciques do partido e servem apenas de arrecadadores de migalhas para favorecer aos mesmos de sempre.
A conta é simples. Se um partido conseguir 30 candidatos à vereança dentro do povo sem noção, e se cada candidato der uma média de 400 votos, nenhum deles se elege e o partido entra na eleição com uma parcela de 12.000 votos, e contando com essa jogada, já sabemos os que estarão eleitos.
Em outras palavras,o quociente eleitoral elimina toda possibilidade de um cidadão honesto que faz uma campanha séria pautada na ideologia, nas propostas, e no programa político ser eleito e aumenta a chance desse candidato ser colocado fora da eleição e seus votos caírem no colo de algum tubarão do partido, assim perpetuando os picaretas no poder.
E é justamente aí que os partidos apostam em jogar "subcelebridades" na corrida eleitoral. Casos onde acontecem Tiriricas da vida que junto a sua eleição carregou uma cangalha de vagabundos conhecidos para a câmara federal. E é assim em todas as eleições.
A renovação é difícil quando o sistema apenas ajuda aos que lá estão. E quando se renova, na próxima eleição, o honesto eleito vai fazer de tudo para permanecer no poder, portanto: Honestidade em político tem prazo de validade. E quem não concordar com minha opinião que me mostre um único político realmente honesto que ficou apenas um mandato e trabalhou exclusivamente em prol da população.
Na política brasileira e com o modelo eleitoral que temos não existem virgens honestas, todos são putas, umas mais velhas, outras menos experientes, mas todos putas.
As duvidosas urnas, o quociente eleitoral e uma legislação pra lá de complicada e extremamente corporativista tornam espinhoso o caminho do candidato realmente honesto, e uma baba para os mal intencionados de sempre. Sem contar a "obrigatoriedade" de exercer seu direto ao voto que acaba facilitando a vida dos vigaristas..
E de nada adianta você conhecer o candidato e saber da sua vida pública, sua honestidade e sua honradez, se na hora do voto o sistema viciado e malandro irá eleger os mesmos de sempre.
Sem contar que o corporativismo e a malandragem dentro do sistema acaba com os honestos, ou eles entram no jogo para se manterem no poder, ou eles caem em desgraça, ficam relegados a segundo plano e jamais conseguem se eleger novamente.
Muita gente fala do Tiririca e do Romário que estão surpreendendo como políticos, esperem a reeleição, e se eles conseguirem se manter prestem atenção que todo o empenho do primeiro mandato simplesmente desaparece, e eles acabam se tornando mais dos mesmos.
Votar certo é um exercício de democracia, mas se não fizerem uma reforma política urgente para acabar com os vícios das eleições, os bem intencionados morrerão na praia, ou entrarão no "esquema".
E PHOD@-SE!!!
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